Thursday, January 4, 2007

Avião, explosão, doença. Tudo isso?

Fazia dias. Mas não era porque eu não tinha tempo para escrever, mas sim porque eu não tinha o que escrever. Literalmente, nesse tempo todo, acho que estava tão cansado que minha mente não conseguiu manter a lembrança do acontecido. Claro, teve alguma coisa, mas deixamo-as para lá. O que conto, é o sonho dessa noite.

Doença voltando
Que droga. Eu estava em um hospital estranho, daqueles que aparecem em filmes americanos de ficção; tudo limpinho, branco, com pessoas com trajes quases espaciais (...) Enfim, eu estava lá para uma reconsulta do meu transplante de medula óssea e a notícia que o médico me deu não fora nada agradável: pelos exames, minha doença tinha voltado. Meus pés ficaram sem chão. Eu com tantos planos traçados, trabalho novo, mestrado concluído e indo morar com meu filho e namorada. Tudo quimera a partir daquele instante.
Mas enfim, estranho, sai daquele lugar...

Avião quadrado de Lego
Andando de volta, estava em um ambiente meio macabro, daqueles que aparecem na TV sobre o Iraque: prédios semi-destruídos, um cheiro de guerra no ar e cores acinzentadas. Eu caminhava sobre uma ponte enorme, toda cheia de altos e baixos. De concreto, parecia mais com a elevação da ponte da entrada de Porto Alegre. Outras pessoas caminhavam junto, parecenço meio perdidas ou procurando parentes nos escombros. Junto a mim estava um amigo, ou conhecido, que eu não recordo quem era.
Um barulho irrompeu no céu, e olhando, ao fundo, vimos um avião se aproximando. Voando baixo e fazendo malabarismos, ele era de nada convencional. Parecia como um misto ônibus urbano, com asas da Discovery e pasmem: era montado de Lego. Ou pelo menos foi o que eu comentei com o cara que estava junto à mim. Ele retrucou, dizendo que não; que era um protótipo da FAB ou algo assim. O dito era verde escuro e para mim era de Lego mesmo. Enorme, fazia peripécias, indo e vindo sobre nossas cabeças. Meu colega disse, vamos correr. Saimos daqui o quanto antes. Não entendi e quando percebi ele corria a metros de mim. Eu, sem entender, corri atrás. O avião subia, descia e, envolta à ponte parecia fazer show de acrobacia aérea. Corremos pela ponte, que parecia ter uma saída inteira somente.
Quando estávamos longe, já saindo da ponte, olhei para trás e vi o avião subir bastante e, repentinamente, virar ao solo e, rapidamente, em relação à ele dirigir-se. A explosão foi grande. Enorme. Fantasmagórica. Deu medo. Barulho, fogo, fumaça. O sentimento fora que algo com uma bomba radioativa estourara ali pertinho. Os transuentes aniquilados. Eu e ele, meio atônitos, corríamos o quanto nossas pernas davam conta. Salvos. Ao mesmo tempo que contente, um sentimento de remorso por tanta gente morrer ali pertinho. Parecia que era eu que deixara elas morrerem. Um sentimento muito ruim. Mas, pelo menos, o avião macabro - que dava medo só de vê-lo - estara destruído.